Opinião

  • Rapz100juz e Helio Batalha by Jeremias Sousa Furtado

    Bali!
    E respondendo à mais um desafio lançado por um amigo, tento agora fazer um comentário às músicas “Avion” do Rapaz 100 Juiz e “Nha rap é bensom” de Hélio Batalha. Não sendo especialista, tento aqui dizer alguma coisa.

    Quando oiço pessoas do meu círculo, e não só, a comparar Hélio Batalha e Rapaz 100 Juiz, em que uns preferem um e outros preferem o outro, lembro-me da “briga” entre os fãs da barbadense Rihanna (Rihanna Navy) e os da norte-americana Beyonce (BeyHive). Duas grandes diva4s. Penso que isso é bom. Este aguçar é um desafio para que estes artistas caprichem sempre mais e mais.

    A verdade é que Hélio Batalha e a dupla Rapaz 100 Juiz (PNC e CMC) são dois nomes da lista de rappers que contribuem para que o rap crioulo seja o que é hoje: voz da sociedade, da intervenção social, dos menos favorecidos, motivação e também do amor, dentre outro. Há outros também.

    Neste mês de Dezembro, o mês do Natal e dos presentes, Hélio Batalha e Rapaz 100 Juiz presentearam seus fãs com dois grandes trabalhos.

    Hélio Batalha, ao lado do “rei do funaná” Zeca di Nha Reinalda trouxe “Nha Rap é Bensom”, música que retrata a trajectória deste jovem como MC e debruça-se essencialmente sobre os seus momentos “altos e baixos”.

    A presença de Zeca di Nha Reinalda (gostei de ver Zeca di Nha Reinalda a “reppar”) promoveu mais uma vez uma “simbiose entre o tradicional e o rap que é cada vez mais necessário”, segundo uma nota da produtora Harmonia, à qual eu concordo, onde também se lê que “Nha Rap é Bensom” fala principalmente de suor, sangue, luta, sacrifícios, entrega, derrotas e vitórias, deixa a mensagem de que o sucesso é gratificante, mas que trabalho duro e o caminho percorrido nunca deve ser esquecido. O estilo de Hélio, um “filósofo social”.

    Este trabalho conta ainda com a participação especial da filha do ‘rapper’, Heliane Imany, que começa a exercitar o seu lado artístico e deixa no tema traços da sua “bela voz” e no videoclipe uma “exímia actuação”. Esta já se preparar para assumir o legado do pai. Muito bom!

    A música foi disponibilizada nas plataformas digitais no dia 13 de dezembro, um dia antes de “Avion” (14 dezembro), umas das faixas do novo Extended Play (EP) do Rapaz 100 Juiz, intitulado “Souvenir”. O EP, que já se encontra disponível em plataformas digitais, tem cinco temas. Os outros são: “Souvenir”, “Mo ki bai”, “Fazes” e “Labanta Cabo Verde (Live)”, este último uma parceria com o grupo Azagua.

    O trabalho é, segundo o grupo, um “pequeno presente” aos fãs que têm viajado com eles durante esses 14 anos de “muita entrega e um excelente feedback”. Mas aqui vamos falar apenas da música “Avion”, faixa com o qual, mais uma vez, o grupo soube honrar o nome e o estatuto que tem tido nos últimos anos.

    Se foi intencional ou não a data do seu lançamento? Não sei. Mas foi uma boa resposta a “Nha Rapa eh Benson” de Hélio Batalha. Muito bom para quem gosta de rap de qualidade. Tudo bem que uma se debruça em mensagens de motivação e outra no amor.

    Numa música rica por aspectos como a letra, a voz, o cenário, a forma de cantar, destaco a parte em que se diz “baby girl bo eh um avion da nha madrinha mantenha” por me fazer lembrar da minha infância. Sou apenas mais um dos que gritavam “avion da nha madrinha mantenha”. Este é também o papel da música, penso.

    E, pensando melhor, não vou cair no erro de estar aqui a comparar as duas músicas. Apenas digo que gostei de ouvir um como outro. Já agora, poderiam fazer um dueto. O rap crioulo sairia a ganhar.

    Boas entradas! Feliz 2020

     https://www.facebook.com/geremiassousafurtado/

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